

CINEMA AO ALCANCE DAS MÃOS
O título desta sessão - "Cinema ao alcance das mãos" - surgiu de uma ideia que vem sendo trabalhada pela professora e pesquisadora Clarisse Alvarenga para refletir sobre os modos como o cinema é alterado quando experimentado por outros corpos e em outros territórios, possibilitando, através do contato desses sujeitos e sujeitas com os dispositivos audiovisuais, a emergência de novas pedagogias e relações com as imagens. Nesse sentido, os filmes que compõem esta sessão foram produzidos em processos formativos onde jovens de territórios rurais, interioranos ou indígenas narram e fabulam sobre suas próprias histórias e sobre as experiências e saberes que habitam seus lugares. Em O mistério do mangue, realizado por jovens participantes do projeto Cinema e Sal, escutamos relatos e testemunhos de moradores do município de Cairu, na Bahia, sobre a misteriosa existência da Caipora, ser que habita o mangue e que faz se perderem os que adentram a mata. Em Caridade, produzido durante o projeto Cinema no Brejo, um grupo de amigos desbrava um antigo mosteiro abandonado na localidade Jesuítas, em Baturité - CE, em busca de testemunhar a presença de aparições que eram evocadas nos relatos dos moradores. Lianas é um documentário performático e experimental, realizado como exercício do projeto Doc Cariri, em Juazeiro do Norte - CE, em que duas mulheres interagem com a geografia de um terreno baldio, criando uma micro-dramaturgia que se dá pela modulação dos gestos, ritmos e movimentos experimentados por seus corpos. A conversa e partilha de diferentes experiências culturais é o mote do filme Diálogos culturais: povos indígenas e povos do terreiro, produzido no contexto de formação da Escola de Cinema Indígena, na aldeia Genipapo Kanindé - CE. Nele, Paulo Mandu, cambono da umbanda, e Cacique Sotero, do povo Kanindé de Aratuba, dialogam sobre os costumes, fazeres e modos de vida de seus povos, fazendo do cinema um lugar de trocas de saberes e experiências de resistência. Por fim, no filme O quintal da Zilda, produzido por jovens do projeto corpo.natureza.memória, em Rio de Contas - BA, Zilda abre seu quintal para compartilhar seus saberes sobre os poderes de cura de plantas medicinais, conhecimento que é transmitido de geração em geração.
FILMES:

O mistério do mangue [7 min]
Projeto Cinema e sal| Arquipélago de Cairu - BA
As crianças da comunidade pesqueira de Cairu investigam histórias sobre a Caipora. Segundo testemunhas, ela habita os manguezais da região e prega peças nas pessoas.

Caridade [8 min]
Projeto Cinema no Brejo | Baturité - CE
Um grupo de amigos decide se aventurar em um antigo mosteiro abandonado no pequeno vilarejo
Jesuítas, no Maciço de Baturité (CE).

Lianas [10 min]
Projeto Doc Cariri | Juazeiro do Norte - CE
A antítese do movimento urbano realça o pulsar da vida que se esvai cada vez mais fluída pelos ecos ensurdecedores da modernidade. Dois corpos que se encontram, tensionam o toque e seguem seus percursos.

Diálogos Culturais: Povos Indígenas e Povos do Terreiro [8min]
Escola de Cinema Indígena | Aldeia Genipapo Kanindé - CE
Vídeo realizado pelos alunos da Escola de Cinema indigena Jenipapo Kaninde.

O Quintal da Zilda [6 min]
Projeto corpo-natureza-memória | Rio de Contas – BA
No quintal da Zilda a natureza se encontra com memória: DONA ZILDA compartilhou um pouco do conhecimento ancestral das propriedades medicinais das plantas do seu quintal.